O que dizer? Ao mesmo tempo, não posso calar...
Um lugar aprazível, gente acolhedora, clima gostoso, friozinho à noite...lugar tão bom pra morar. É impressionante imaginar o mundo desabando sobre nossas cabeças, mas, foi exatamente isto que os moradores de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e cidades vizinhas viveram. Num estalar de dedos, a serra partiu-se em fendas, encobrindo e engolindo pessoas com uma fome voraz, sem aviso, sem tempo, sem trégua. Sinto-me ignóbil, vontade de saber voar e dar a mão àquelas pessoas que não encontram sorriso pra dar, mas precisam tanto receber. Vontade de abraçar uma a uma e tentar dizer que não estão sozinhas. Hoje vi crianças em um hospital; algumas em choque, outras com um ponto de interrogação tão claro na frente do rosto..."o que aconteceu?"..."onde está minha mãe?"... Vi a diretora de um hospital dar entrevista à uma TV, em meio à lágrimas e, quando o médico se mostra humano, é a face da tragédia, mais forte do que ele mesmo, que o empurra contra o jalec...