Peixes Podres



Vi no noticiário da tarde, imagens que me deixaram preocupada: descendo o Rio Solimões, afluentes e igarapés, as águas se transformaram em depósitos de peixes em decomposição.

Você que já virou o rosto ao passar pela porta de uma peixaria, ou numa rua em final de feira; pode imaginar o odor insuportável que as pessoas que vivem naquelas localidades estão enfrentando.

Entre as imagens, um grupo de crianças, sendo transportadas por um barco que navegava sobre os peixes mortos, me chamou a atenção: meninos e meninas cobriam o nariz com toalhinhas, para suportarem o trajeto até a escola.

Diante disto, me ficam algumas questões: a quem a população indígena e os ribeirinhos se reportam para que passe a “embarcação de lixo” e recolha os milhares de peixes podres do rio?

Aqui no Sudeste, mais especificamente Rio de Janeiro, levam dias para que a Comlurb apareça quando solicitada para alguma ocorrência. Imaginem na Amazônia?

Crianças, jovens, pessoas doentes, idosos, todos inalando peixe podre sem a menor esperança de ajuda dos governos estaduais ou federal me levam a pensar em autoridades que devem justificar-se dizendo que os índios estão acostumados às dificuldades da grande floresta. Só que os rios, antes do efeito estufa, não matavam os peixes, ao contrário, os faziam reproduzir-se e os povos indígenas podiam pescá-los para saciar a fome e usar as águas dos rios para banhar-se.

Hoje, com as águas apodrecidas, sem condições de pesca e muito menos banho, os índios não estão preparados e, diga-se de passagem, sujeira traz doenças.

Não chove, os rios estão contaminados... De onde virá a água para a população da Amazônia? A quem gritarão por socorro?

E os governos dos países ricos discutem sobre o Protocolo de Kyoto, cada um, tentando buscar para si, maior vantagem, enquanto os povos sofrem as conseqüências da contaminação do ar, emitidas pelas grandes indústrias.

Espero que nos lembremos da existência de Deus e comecemos a pedir a Ele pela Amazônia e seus habitantes, pelos povos do sul, que vivem dias de chuvas intensas, inundações terríveis e ciclones.

Nosso país tem experimentado confusões climáticas difíceis de entender, mas, o mais difícil é imaginar que, aconteça o que acontecer, não podemos contar com as autoridades eleitas. No mais, dou graças porque Deus existe e Ele sim, não nos abandona nunca!

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