Tem gente demais fazendo tudo errado...


Tsunami no Japão. 

Em instantes, a terra treme, como o chacoalhar de uma peneira; objetos são lançados ao chão, pessoas correm para as ruas, prédios soltam pedaços e uma pequena calmaria parece mostrar que tudo terminou ali.

O fundo do Pacífico que nunca deveria ter recebido este nome, inicia um processo irreversível, terrível: a devastadora onde gigante que a tudo arrasta, destrói e esmaga em minutos.

Imagino o medo, a impotência e o desespero dos nossos irmãos japoneses; sem ter tempo pra fugir, sem ter pra onde correr, levados pela correnteza indomável.

Todos ouvimos falar da intensidade do terremoto que, inclusive pode ter mudado o eixo da Terra. Todos assistimos, perplexos, o que somente Deus poderia controlar: a força do mar.

Temos visto e vivido tragédias que, em minutos ceifam vidas; temos vivido dias de escombros e assombros.

Se o Tsunami não vem do mar, vem do céu e a onda, neste caso é de lama, carregando tudo pelo caminho.

Erro de Deus? Não, erro nosso!

Tem gente demais fazendo a coisa errada! Gente demais concedendo licenças para se construir em áreas de risco, em troca de “recompensas”, sempre escusas e, quando tudo vem abaixo: “Os governos estão sendo solidários...”

É dinheiro demais desviado dos cofres públicos, não aplicado em favor dos doentes, não usado na recuperação do meio ambiente e, enquanto nada é feito, o risco é todo nosso.

Enriquecimento de urânio deveria ser crime! Não deveria haver acordo para que países tivessem direito a usar energia nuclear, porque, quem paga a conta da tragédia é o povo que respira, come e bebe contaminação!

Terremoto e Tsunami são tragédias naturais, reflexos do desrespeito ambiental que nosso planeta tem sofrido desde que o mundo é mundo, mas, contaminação nuclear é culpa do homem! 

Quando o que vaza é petróleo, tornando mares, armadilhas para a vida marinha, o Greenpeace grita, esbraveja, faz o barulho que pode, mas, uma andorinha só...

E quando o que vaza é resíduo nuclear? Os países ficam atônitos, nada pode ser feito e a população usa máscaras para tentar respirar algo que não lhes mate em poucos dias, mas, já estão contaminados, através da pele, e até mesmo do ar respirado através de máscaras.

Não há saída quando o homem erra. O que é mais cruel? Morrer num avassalador Tsunami, ou, aos poucos, com corpos tomados por câncer e outras doenças tão trágicas quanto?

Melhor, de verdade, é não pagar pelo erro alheio e não permitir que outros paguem pelos nossos.

Hoje tive o desprazer de ver, pelas ruas do Centro do Rio, insistentes foliões, esticando o carnaval o máximo possível. Vi as ruas cobertas de sujeira, imundas, porque o povo ainda não aprendeu a jogar lixo no lixo!

Vi homens e mulheres bêbados, fazendo papéis ridículos, urinando em praça pública, vomitando nas esquinas...

Este foi um dos mais sangrentos carnavais da história brasileira. Morreu gente demais, cedo demais, por falta de responsabilidade sua ou dos outros.

Enquanto isso trabalha-se para dar ao povo pão e circo; distraí-lo enquanto rios de dinheiro público desembocam no lugar errado.

Às vezes, dá vontade de jogar a toalha e sumir para um lugar onde não haja televisão ou rádio; omitir-me, como tanta gente já o faz. Mas, não consigo; trago dentro de mim a marca dos que não quebram, o punho dos insistentes, a marcha dos combatentes e, enquanto marcho, na maioria das vezes, solitária, peço a Deus que não me deixe calar, porque já tem gente demais fingindo que não vê o óbvio, fazendo de conta que nada tem a ver com isso.

Quanto a mim, vejo “isso” como sendo a minha bandeira: “isso” é o desrespeito aos idosos e o abuso à criança; “isso” é a roubalheira que tomou conta da política mais ordinária e mentirosa que já tive a oportunidade de ver. “Isso” é a falta de competência para lidar com os hospitais públicos, a arrogância com que muitos ainda têm a petulância de dizer: “sabe com quem você está falando”?

“Isso” é a poluição desenfreada, lançada sem medidas, agredindo o ar que eu respiro e a vida que tenho, por obrigação, tentar deixar melhor para meu filho e para os netos que um dia terei.

“Isso” é a minha consciência que, graças a Deus, ainda dói, se eu fizer algo errado contra mim mesma ou contra o outro.

Eu tenho muito a ver com “isso” e você, o que me diz?



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