Deise Batista - Jornalista

Não há dúvidas; no Natal nos sentimos mais alegres e lembramos mais do nosso próximo. No Natal, queremos reunir a família, presentear aos que amamos e estar com amigos. No Natal, amamos de um jeito diferente e até chegamos a nos compadecer dos mendigos, dos flagelados, drogados, etc. Renovamos os desejos de que o próximo ano seja diferente; fazemos novas promessas a nós mesmos, juramos esforço nos estudos, nas dietas, no trabalho...almejamos mais! Armamos as árvores, ligamos as luzes coloridas, inventamos neve, mesmo no Rio de Janeiro escaldante. No Natal, sentimos falta dos que já foram, ficamos um pouquinho mais introspectivos. Vamos aos shoppings, renovamos o calçado, entupimos as lojas do Saara, atrás de lembranças, ainda que humildes, mas, para todos e, na ceia, entupimos a nós mesmos com muito mais comida do que precisamos. Mas, tem algo que me preocupa...e depois do Natal? As dívidas dos cartões de crédito tiram o sono de muitos, assim como o cheque especial...

Num país em que peças de roupa andam recheadas de algo além do corpo que as veste, dá vergonha de ligar a TV e assistir aos noticiários. As caras-de-pau são tão polidas que chegam a brilhar diante dos holofotes. Garantem que são íntegros, movem processos contra quem os acusa, mas, na verdade, é tudo uma lama só. Não me alegro ao dizer isso, mas, a política brasileira nada num mar de sujeira, do qual, de verdade, não sei ao certo se alguém escapa. Nosso dinheiro suado e tão difícil de ganhar passeia com uma fluidez nas mãos dos calhordas que dá raiva do voto ser obrigatório. O dia das eleições teria que ser vivido como um dia de luto, onde os brasileiros roubados todos os dias por impostos abusivos, ameaçados pelas prefeituras quando atrasam o IPTU ou o IPVA, deveriam sair de preto, e votar chorando. Não adianta votar em branco porque o voto não é anulado e vai para a legenda que possui maior número de votantes – o que, na minha opinião, é anti-democrático. Para anular o voto,